segunda-feira, 30 de março de 2009

A 2ª morte de Manuel Bandeira

Depois de um dia longo e cansativo de trabalho na assessoria de imprensa em quem trabalham, o grupo de jornalistas corre para o bar. Quem conhece um jornalista sabe o quanto eles gostam de um boteco, uma cerveja (ou várias) e de esbravejar críticas políticas ao sistema capitalista financeiro neo-liberalista em colapso em tom intelectualóide.

Depois de muitas discussões ideológicas, horas a fio reclamando do chefe puxa-saco da diretoria e de contos amorosos sem final feliz, uma das moças resolve que é hora de ir embora.

- Bom, vou-me embora para Pasárgada.

Rindo da pronúncia da colega, alguém corrige:

- Não seria Passárgada?

- Não, é Pasárgada! Ou você não leu o poema direito? Respondeu convicta e ofendida.

- Sempre soube que era Passárgada, disse, já sem risos e titubeante.

- Pois não é. Vai ler Shakespeare antes de me corrigir.

Jornalistas adoram críticas e são sempre amigos do rei, mesmo sem saber quem é ele.

E para quem sentiu saudades do verso, na voz do poeta, eles estão aqui.

2 comentários:

Morda a Maçã!