É quase uma regra rir quando uma criança troca as letras e fala algo errado. Adultos adoram essa sensação de superioridade. Parece um prazer mórbido saber que você está criando um Hortelino Troca-Letras. Passada a piada, a criança é corrigida.
Porém, quando o erro acontece diante de amigos ou da família, os adultos demoram mais tempo a tempo a corrigir. Preferem pedir que a criança repita até que todos os parentes do almoço de Páscoa escutem que o infante equivócasse em alguma pronúncia.
Mas, algumas crianças são mais espertas que outras. Algumas entendem a chacota e negam-se a fazer parte dela.
Sofia tem 4 anos. Encanta com suas maçãs rosadas, cachinhos e olhos de jabuticaba. Foi contente, durante uma dessas reuniões com muitos tios, pedir à mãe algo que queria muito.
- Mãe, quero fazer um pininique. Você me leva? - doce como sempre
- O que você quer, filha?
- Um pininique.
Risos incontroláveis. A mãe chama a avó, a tia e o pai de Sofia.
- O que você quer mesmo fazer, Sofia?
- Um pininique, manhê - repete irritada
Todos riem. Chamam o avô, a prima de Indaiatuba e tio.
- O que é que você quer, Sossô? - com aquela gargalhada pronta e engatilhada
- Mãe, me ensina a falar certo?
Acabou a piada. Cada um foi atrás de seus copos de cerveja e deixaram mãe e filha acertarem aquela diferença.
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